28 de agosto de 2007

Belas Poesias e Pinturas de Pietkra

Estou publicando neste tópico algumas poesias e algumas telas de uma amiga que conheci no Orkut, Pietkra Tebesco, apreciem:

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Se negra não fosse a noite,
Talvez eu percebesse
Que o sorriso era riso,
Deboche!,
Por ver vitoriosas
Tuas falsas palavras.

Se negra ela não fosse,
Por detrás do brilho dos seus olhos
Eu veria intenso prazer,
Por doentia intenção,
Pôr-me em cárcere profundo.


Pietkra.

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Sei das dores desta cidade,
Das minhas,
O que tentei por ambas,
Das que padece o homem que amo...

Sei de casos,
Que não foram por acaso,
Há culpados!
As consequências,
Me pedem intervir,
E você, o homem que amo,
Alguns fatos,
Te entristece o olhar.

Sei de uma dor neste planeta,
Que me pede por ser humana,
Intensa como a saudade,
De peito que me aconchega,
O do homem que amo.

Sei de bandeiras
Que tremulam frêmitos de revoltas
Que sangram,
O descaso da ausência de atitudes,
Que fazem a miséria
E humilhações de povos
Que fizeram filhos,
E resigno-me ante escravidão
Por junto,
Que o homem que amo,
Fez grilhões.
E,por eles,
Ele me tranca tão fundo,
Que nem mesmo nos seus olhos
Eu sou presença.


Pietkra.

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Gostaria ter um cantinho,
Onde houvesse uma orquídea branca
Num tronco de árvore,
Ao sol,
Um botão amarelo.

Que meus pés tocassem a terra,
Uma porteira a bater,
Um som de cascos no chão.

Que as pessoas que ali fossem,
Chegassem sem preconceitos
E me mostrasse, nos olhos,
Uma alma limpa,
E que minhas lágrimas
fossem apenas por amor
Ou por emoção.

Sentada à soleira,
Ouvindo o borbulhar
Do caldeirão de feijão
Se misturar ao crepitar
Da madeira no fogo.

O olhar ao longe,
E como que num quebra cabeça,
Tirar-te, aos poucos,
Do por do sol.

E,
Presença formada,
Você se faria em andar,
Em boca,
Em olhos,
Em cheiro,em amor, em mãos.

Mãos que trouxessem
A ternura de toques,
O afago da presença.


Pietkra.

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Tenho a fibra
E a raça de mulheres fortes,
A vida mo tem mostrado.
Só não sei
Se poderei sustentar seu olhar,
Mostrar no meu
A dor de nó passado,
Que à ti me ata.

Me cobro
E me preparo por forças
Pra assisti-lo feliz,
Que por feliz,
Sei,
Não contas comigo.

Com você,
À cada dia me faço mais forte
Pra não te mostrar tristeza
Pelo pacto de amor que fiz com você,
E você,
Fez com outra.


Pietkra.

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Você me faz mais que sensual,
Mais que felina.
Me faz em cio,
Com consciência mental disforme,
Corpo em hipnose,
Arrepios, profecia,
Transe-ação.

O desejo paira,
E busco no seu corpo
As sagradas atitudes
De ser possuída.

Te engulo lobo,
Fogo, energia,
Forte.

Impulso ensandecido,
Movimentos hábeis de dono
E leveza,
Que por final
Me faz dócil,
Vê-lo ir-se,
Sair alteza,
E confiar pra que,
Como hoje,
Você se repita.


Pietkra.

15 de agosto de 2007

Eu, Pescador de Ilusões

Eu, Pescador de Ilusões

Arte e Literatura de Valor Intelectual e Filosófico

Johannes de Silentio (*)


Kierkegaard certa vez escreveu que "o poeta é o gênio da recordação". E ele tinha razão. Isto faz do poeta um elemento fundamental num grupo social, que tem uma valiosa missão: registrar para as gerações presentes e futuras, através de sua arte: os sentimentos, as idéias e os fatos mais relevantes de seu contexto histórico específico. Não é uma tarefa fácil, exige não somente a técnica, mas acima de tudo, uma habilidade natural, uma vocação. O poeta louva e elogia o belo, porém da mesma forma censura e critica o inestético.


E nesta atividade do poeta é preciso liberdade de expressão, pois caso contrário sua tarefa se torna irrelevante. Sempre digo: o poeta é censor do clima intelectual e sentimental de seu tempo. E aqui temos um poeta brasileiro contemporâneo: João Batista do Lago com o seu primeiro e esperamos não último livro de poesias – EU, PESCADOR DE ILUSÕES.


Com certeza as Musas, filhas do senhor do Olimpo, inspiradoras das artes, auxiliaram este autor a transformar a matéria bruta das intuições sensíveis e intelectuais em formas preciosas de expressão poética. É uma obra que consiste numa coletânea de poesias, que nasceram numa fértil imaginação e que expressam uma grande variedade de sentimentos e reflexões. Exibem uma riqueza de palavras e idéias de ótima qualidade. Encantam com a beleza da forma e do estilo literário. Impressionam com a profundidade semântica dos conceitos trabalhados. Cativam com a relevância histórica política e social.


Esta obra é fruto de uma mente genial e brilhante e que demonstra ser amante do saber. É uma obra plena de ideais nobres e humanitários, que fecundam não na mente de um jovem inexperiente e ingênuo, mas ao contrário, na mente de um “ancião”, que fluiu existencialmente na história por vários momentos antagônicos.


Nesta obra é importante destacar o empenho intelectual de compreender o mundo percebido não como uma representação idealista, estática e alienada do tempo-espaço natural, mas pelo contrário, seguindo o exemplo pioneiro de Heráclito, uma tentativa de compreender o mundo numa representação realista e dinâmica.


Percebe-se um elemento dialético, às vezes paradoxal, no movimento das palavras, neste fluir poético, que expressa um pensamento vivo e interessante. Poesias que procuram expressar adequadamente a realidade histórica e natural em constante movimento. São pensamentos que não pretendem ser a expressão de uma realidade eterna e distante, mas sim, o retrato de uma realidade viva e experimentada, em todas as suas contradições.


O poeta João Batista do Lago, cidadão consciente e culto, nesta sua obra, expressa e reflete sobre variados temas. Com isto demonstra aptidão e conhecimento em várias áreas do conhecer humano: Filosofia, Arte, Antropologia, Sociologia, Mitologia, Literatura, Política, História, Ecologia e outras mais.


Evidencia portanto não só a qualidade intelectual da obra, mas também a própria erudição do autor. Deste modo a obra não se limita somente a satisfazer o gosto estético do leitor, mas procura satisfazer também o gosto intelectual e às vezes apela até mesmo à volição.


A obra não consiste somente numa coletânea de poesias com o fim de satisfazer o desejo pelo belo. Objetiva também a reflexão sobre a própria atividade reflexiva do homem, revelando seus potenciais e suas limitações, numa perspectiva dialética. Expressa o sentimento de finitude do homem, um ser que questiona o infinito e que busca respostas para questões transcendentes à própria existência natural.


João Batista do Lago é um poeta, e nesta obra não só louva e celebra o belo, mas censura os abusos políticos, nacionais e internacionais, testemunhados pela nossa história contemporânea. Poesias que denunciam atos desumanos dos que estão no poder. É um poeta que incita a indignação. Censura por exemplo: a corrupção política, a exploração do pobre pelo mais rico, os agentes da injustiça social, a cumplicidade das instituições que preservam e reproduzem ideologias, a atividade tecnológica do homem que destrói a natureza. Poesias que até mesmo profetizam libertação social e fazem apelo à ação.


Concluindo, "EU, PESCADOR DE ILUSÕES" é uma bela obra de arte, mas também, uma peça literária de valor intelectual e filosófico muito grande. Uma obra que exige, portanto, um tempo razoável de reflexão, pois toca em temas complexos e profundos da existência humana. É uma obra relevante para o homem contemporâneo, pois fala do que aconteceu e acontece aqui e agora. Será também uma obra de relevância histórica, retratando o sentimento e pensamento de um cidadão culto, que no seu tempo refletiu criticamente a história política e social.


(*) Johannes de Silentio (ou Paulo Sérgio Alves) - Formação acadêmica em Teologia e Processamento de Dados. Atua como Profissional Liberal.
28 de Novembro de 2006.


Baixe esta obra neste link: http://www.lulu.com/content/633006







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