26 de setembro de 2009

Fado de Sísifo



Em seu olhar, o brilho opaco da salvação,
Em seu rosto, a realidade da doce loucura,
Em suas pernas, o esforço fatigante àquela altura,
Em suas mãos, o empurrar uma pedra em vão!
E em vão, vão-se os dias e ele naquela labuta,
Numa guerra, em que se trava uma inútil luta!
E que luta! Luta absurda! Luta perdida! Perdida a priori!
Mas, em su'alma, a esperança irracional a posteriori.
Enfim, o regozijo de ver a pedra no ponto mais alto da montanha.
Trabalho feito! Desfeito! Eis a pedra rolando ao pé do monte.
Enfim e que fim! Agora não mais é regozijo, mas prejuízo!
Em suas mãos, o nada de nenhuma tensão,
Em suas pernas, o movimento leve da descida,
Em seu rosto, a idealidade amarga da razão,
Em seu olhar, a opacidade brilhante da perdição!

Amens, Ilúcido na Plenitude da Razão!

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