Estava analisando meus sentimentos estéticos e percebi algo interessante, um pouco que constante em meus juízos estéticos: a distinção entre a beleza particular, individual e a beleza geral, coletiva.
Digamos, vou numa loja de sapatos, vejo inúmeros sapatos juntos, aquela visão é esplendorosa, enche de gozo os nossos sentidos. É preciso escolher um. É preciso saber qual daqueles será o sapato que mais agradou. Depois de muita dúvida, então escolhe-se um, que se julga belo. Quando aquele um é tirado do meio dos outros sapatos, ele de alguma forma perde a beleza e o encanto.
Outro exemplo, digamos que exista um grupo com sete mulheres, três super formosas, lindas, jovens, sorridentes. Outras duas nem tão formosas e não tão inestéticas. E por fim, duas que estão desprovidas de uma beleza natural, conforme os padrões sociais. Não importa, todas elas tornam-se belas, o conjunto de todas elas causam um impacto muito forte no juízo estético. Até mesmos as não tão belas, tornam-se belas. Porém, mesmo a mais bela das sete, vista isoladamente perde todo esplendor da beleza.
E assim, parece ser com tudo. Tudo o que isolamos, mesmo que seja muito belo, parece perder o efeito.
Bom, é assim, que tem funcionado meus juízos estéticos. De modo que parece ser impossível amar o belo particularmente de modo absoluto, ou seja, como amar somente uma coisa? Se cada ente particular traz em si uma beleza singular? Beleza esta que é realçada na generalidade? Ah, mais também como alguém finito pode amar tudo?
Penso ser este um dos maiores paradoxos estéticos do amor.
3 comentários:
Rica reflexão!
beijos
Carla Laforgia
Olá Constantin,
é o Caio da comunidade de filosofia.
Entrei para esse mundo de blogs e acabei entrando em alguns para conhecer melhor e vi esse post.
Acredito que esse conceito de belo varia conforme a proporção de belos e feios, ou seja, se tiver mais belos num grupo acharemos todos belos e se tiver mais feios no grupos acharemos todos feios.
Isso acontece pois quando vemos várias mulheres belas, por exemplo, o nosso olhar se atrai para cada parte bela e soma todas, criando um conceito de beleza maior do a individual onde vemos coisas feias e bonitas.
Abraços,
Caio
Nossos juízos estéticos serão mais ricos se praticarmos o amor à Beleza, assim não estarão sujeitos a critérios comparativos e contextualizações restritivas.Belos particulares são formas tendenciosas de ver fora do contexto maior. Muito bem cuidado seu espaço, te desejo sucesso. Um abraço.
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