18 de julho de 2008

Parque de Diversões e o Absurdo da Existência

Faz dias que vejo sempre, no trajeto para meu trabalho, um parque de diversões. E de tanto ver, este se impôs à minha consciência de modo que passei a refletir sobre.

Parque de Diversões! Observei pessoas sentadas em aparelhos giratórios, balanços enormes, rodas gigantes, etc. Por um momento senti o absurdo da existência humana e parece que ali, no parque, havia uma lente que fazia o absurdo manifestar-se de modo muito maior aos olhos.

Aquelas pessoas sentadas em aparelhos, girando e girando, andando em círculos, várias voltas, voltas absurdas, voltas sem sentido, movimentando-se em círculos totalmente sem razão de ser. E pior ainda, voltas gratuitamente inúteis, que não acrescentam nada a mais na existência, que em si, é também desprovida de um rumo e sentido necessário.

Tudo isto vi do ponto de vista da análise de um observador, lógico-racional objetivador e essencializador. Porém, depois de observar vários dias este absurdo, hoje foi diferente, deixei minha imaginação fluir. Imaginei cada volta, imaginei-me ali, de cabeça para baixo, imaginei-me ali dentro, naquelas máquinas que caminham em círculos, naquela rotina eterna sem sentido. E pude perceber que aquilo poderia trazer um prazer, um extâse, um extravasar de emoção...

É absurdo para quem vê de fora, mas o que vive e experimenta parece ser de tal modo anestesiado pela distração a ponto de esquecer o absurdo que é ficar girando sem rumo, girando no mesmo lugar, girando inutilmente a fim de sentir emoções, a fim de tornar a existência absurda em algo com um sentido de prazer. Sim, é ilusão, pensarmos que o sentido que damos para nossa existência é um real sentido. Pois realmente, não há sentido algum. Dar sentido para a existência já significa que não existe sentido algum.

Ahhh! Acho que domingo vou ao parque de diversões .... Only Time!

Johannes Climacus!

Um comentário:

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Comecei discordando da sua questão, mas vc chegou exatamente aonde eu questionaria e concordei com todo o resto! Pois as coisas são diferentes a partir dos seus diferentes pontos de vista.
Se aqueles giros agradam, de alguma maneira, os que os desfrutam, é pq lhes fazem 'bem' de alguma maneira, ainda q não seja culturalmente. rs
E adorei: "Dar sentido para a existência já significa que não existe sentido algum..."

'té mais!


Goiânia